sexta-feira, 27 de maio de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 06)

A Liberdade Cristã e seus Limites


O crente que é de fato liberto procura sempre obedecer e agradar a Deus. E, assim, torna-se um bom exemplo para o proximo. Pois fomos libertos da escravidão do pecado para servir a Cristo e aos nossos semelhantes (Rm 7:5,6; Gl 5:13; 1Pe 2:16). Outrossim, a liberdade, em Cristo, deve ser controlada pelo amor (Cl 5:13,14).
Sem o ministerio do Espirito Santo, o crente pode cair na libertinagem ou no legalismo. O Espirito nos guarda da libertinagem, guiando-nos no exercicio da liberdade cristã, mediante a Palavra de Deus e através do controle que Ele exerce na vida interior do crente (1Co 6:19,20). Esse controle é descrito na biblia como (1) "andar em Espirito" (Gl 5:16); (2) "viver em Espirito" (Cl 5:25); (3) "andar segundo o Espirito" (Rm 8:4); (4) "ser guiado pelo Espirito" (Rm 8:14); (5) "ser cheio do Espirito" (Ef 5:18).
O Cristão e sua Conduta na Igreja (vv.23-26)
Quer saibamos, ou não, alguém esta sempre nos observando, dentro e fora da igreja, para imitar a nossa conduta e o nosso viver cristãos. São crianças, adolescentes, jovens, novos convertidos, crentes duvidosos etc. Os testemunhos são muitos nesse sentido.
1) Coisas inconvenientes (v.23).
"Nem todas as coisas convem". São coisas que não edificam a vida cristã; elas subtraem em vez de somarem.
2) A prática do altruismo (v.24).
Quando o amor de Deus predomina, o crente é movido a buscar e a promover o bem-estar do proximo, principalmente dos necessitados e domesticos da fé (Cl 6:10). Este principio biblico é reforçado em Filipenses 2:4 e Romanos 14:21.
3) Sabedoria do crente no comer (v.23). Este versiculo, juntamente com o seu contexto, trata de alimentos, inclusive aqueles ligados as praticas religiosas pagãs da época. A carne exposta no mercado era um artigo publico e nada tinha com a idolatria, o que não ocorria com a carne proveniente dos templos pagãos. Ver Ex 34:15; 1Tm 4:4; Lc 10:7. Ler 1Co 8:1-13.
4) O principio "do Senhor é a terra e toda sua plenitude" (v.26).
Esta é uma citação do Salmo 24:1. Toda a criação pertence por direito ao Criador; a terra e as coisas que nelas há. Tudo chegou a existir porque Ele tudo criou para o bem do homem.
O Cristão e o seu Meio Social (vv.27:30)
1) O cristão e os eventos sociais (v.27a).
Nos dias de Paulo, o destaque maior na sociedade eram os festivais pagãos, onde predominavam a bebida forte, a música sensual, a licenciosidade e os rituais idolatricos. Hoje é bem pior. A iniquidade esta multiplicada (Mt 24:12). Homens e mulheres entregam-se a dissolução, cometendo todo tipo de torpeza (Ef 4:19).
2) O certo e o errado.
Como um filho de Deus pode saber o que é certo ou errado, tendo em vista a doutrina biblica e a lei moral de Deus? Aqui vão alguns pontos basicos: 1) O caso, ou fato, em questão tem apoio na Palavra de Deus? 2) O caso gera má impressão em nós e nos outros? 3) Resulta em glória para Deus? 4) Suscita duvida? 5) Resulta em mal para a própria pessoa, ou para o proximo? 6) Motiva o crente a orar?
O Cristianismo não veio fazer do crente um misantropo ou eremita, contanto que o nome do Senhor não seja vituperado. Pois o proprio Cristo aceitou convites para eventos sociais em casa particulares (Lc 7:36).
4) A consciencia cristã (v.28).
A temática da consciencia é tão importante que é mencionada quatro vezes no texto em estudo (vv.25-29). Se o alimento a que se refere a passagem estivesse ligado à idolatria, o cristão, uma vez ciente disso, deveria abster-se dele, pois há ampla provisão de Deus na terra, e a abstinencia, em tais casos, não o prejudicará.
Alguns crentes de Corinto comiam carne oferecida aos idolos, certos de que o Senhor nosso Deus é o único Senhor, e que o idolo nada é. Portanto, não importa se a carne posta a venda tinha sido oferecida aos idolos ou não. Eles entendiam que o ritual pagão era totalmente nulo, porque o idolo não tem vida, nem poder, nem personalidade. Porém, outros crentes daquela congregação admitiam que o fato de aquela carne estar associada a ritos pagãos tornava-a imunda e imprópria para um cristão. Tais crentes viam no grupo anterior uma prática reprovavel que motivava escandalo aos mais fracos, servia de tropeço e de mau testemunho. Ver 1Co 8:1-13.
A biblia mostra, em 1Co 8:1-3, que, nesses casos, não é o nosso conhecimento que soluciona o problema, mas o amor de Deus fluindo no crente. "A ciencia incha, mas o amor edifica". O crente, pela fé, torna-se filho de Deus e, pelo amor de Deus, faz-se servo uns dos outros.
A consciencia, em si mesma, não é autoridade nem guia para orientar-nos em materia de salvação e de conduta cristã. Tal autoridade esta nas Sagradas Escrituras (Is 8:20; Sl 119:105; 2Tm 3:15). A consciencia apenas vigia nossos atos conforme as nossas convicções. E, como todas as demais areas da natureza humana, ela foi afetada pela queda no Éden, e pode chegar a ser cauterizada (1Tm 4:2). Por isso, tem de ser purificada pelo sangue de Jesus (Hb 9:14).
O Cristão e a Glória de Deus (v.31)
1) Por que estamos aqui.
Uma das razões por que Deus nos deixa aqui, neste mundo, após salvar-nos da perdição, é para que promovamos a gloria do seu Nome através da evangelização, do testemunho, da beneficencia ao proximo, do louvor e adoração, da comunhão dos santos, da promoção de seu Reino, do amor manifesto por meio de nós etc. Glorificar a Deus é, pois, o propósito principal da nossa vida neste mundo.
2) Meios e formas de glorificar a Cristo.
Alguns desses meios são: 1) louvor (Sl 50:23); 2) boas obras resultantes da salvação (Mt 5:16); 3) obediência do crente a Cristo (2Co 9:13); 4) frutos espirituais (Jo 15:18); 5) consagração ao Senhor (1Co 6:20); 6) confissão da fé em Jesus (Fp 2:11); 7) sofrimento por amor a Cristo (Fp 1:20); 8) mediante o nosso corpo como templo de Deus (1Co 6:19,20).
A Triplice Divisão da Raça Humana (v32)
1) Judeus, gentios e igreja de Deus.
Diante de Deus, a humanidade toda constitui-se desses tres grandes grupos de pessoas (v.32).
a) Judeus. São os descendentes de Abrãao, fundador da nação judaica. Embora religiosos, não são convertidos. No presente, poucos são os judeus que aceitam a Jesus como seu salvador e Messias.
b) Gentios. São todos os não-descendentes de Abrãao. Adotam falsas religiões; adoram falsos deuses. Na era presente, multido~es de gentios estão aceitando a Cristo.
c) Igreja. É o povo convertido a Deus, formado a partir dos dois povos acima. A Igreja é a presente habitação de Deus entre os homens. Ela precisa hoje de um real, soberano e poderoso avivamento do Espirito Santo para que multidões sejam salvas e preparadas para a vinda do Senhor que se aproxima celeremente.
2) Advertencia sobre os escandalos.
"Portai-vos de modo que não deis escandalo" (v.32). O apostolo Paulo recimenda: "Não dando nós escandalo em coisa alguma" (2Co 6:3). Contudo, segundo advertiu o Senhor Jesus em Mateus 18:7, os escandalos são inevitaveis. Algumas causas de escandalos: 1) perseguição por causa da Palavra (Mt 13:21); 2) a crucificação de Cristo (1Co 1:23); 3) abuso da liberdade cristã (1Co 8:9).
Que, nesse sentido, cumpra-se em cada servo de Deus o que esta escrito em Filipenses 1:10: "Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escandalo algum ate ao dia de Cristo".
Conclusão
A liberdade cristã é "a liberdade com que Cristo nos libertou" (Gl 5:1) de toda servidão do mal e do pecado para servirmos a Deus, e também para sermos uma bênção para os outros. Ela tem a ver conosco, porque somos o seu alvo; tem a ver com Deus, porque fomos salvos para glorifica-lo e tem a ver com o proximo, porque "somos servos uns dos outros" (Gl 5:13; Rm 15:2).

sábado, 21 de maio de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 05)

Nosso Corpo - Templo de Deus
O paganismo greco-latino, bem como outras religioes antigas, menos-prezavam o corpo quanto ao seu valor espiritual e moral. No corpo humano, viam apenas os elementos estetico e lúdico. Ou seja: um simples objeto de exploração e prazer. Certas religioes da atualidade tambem fazem o mesmo. O cristianismo biblico, porem, não procede assim. Para este, o principio regente sempre sera: "O corpo é para o Senhor; e o Senhor para o corpo" (v.13).
Nesta época de rebaixamento cada vez maior quanto aos valores e padrões morais, este é um assunto de grande importancia para uma igreja que espera Jesus a qualquer momento. Afinal, a Igreja continua no mundo, e aqui deve brilhar como testemunha de Cristo.
O propósito de Deus para o Nosso corpo (vv.12,13)
1) o dever dos pais.
Mostrar aos filhos, a partir da mais tenra infancia, que o nosso corpo pertence a Deus por direito, porque Ele nos criou, nos formou, nos deu vida e nos remiu (Is 43:1; Gn 1:27; 2:7). Tambem lhe pertencemos por ter recebido a Jesus como nosso salvador pessoal.
2) o dever dos dirigentes da Igreja.
Alertar biblicamente o povo sobre o relaxamento moral que se alastra por toda parte como um dos sinais dos tempos. Essa lassidão moral não pode tomar conta nem da Igreja, nem da familia cristã, pois o Senhor Deus exige que o seu povo seja santo.
3) Autocontrole de cada crente.
"Nem todas as coisas me convêm" (v.12). Há coisas que, em si, não são pecado, mas inconvenientes para o cristão. Se não forem abandonadas, conduzirão a diferentes formas de pecado. "Não me deixarei dominar por nenhuma delas" (v.12). Tais coisas querem controlar a vontade e o coração da pessoa. Mas quando o Espirito Santo tem a primazia na vida do crente, Ele produz aqui a temperança capaz de sobrepujar a tudo isso (Gl 5:22b; Rm 8:2).
Pecaminosas não são apenas as coisas ilicitas; quando mal empregadas, as licitas tambem levam ao pecado. É por isso que devemos pautar a nossa vida pela prudencia e pelo discernimento. Judas v.14 fala dos que transformam a graça libertadora de Deus em devassidão.
4) o propósito divino para o corpo.
a) "O corpo é para o Senhor" (v.13). Ai esta uma evidencia de que o homem não é um animal. Seu corpo deve ser um instrumento nas mãos de Deus para que os seus sublimes propósitos sejam alcançados. Ora, se o homem não é animal, tambem não é Deus. O homem nunca foi, não é, nem jamais sera Deus, mas pode ser um instrumento nas mãos de Deus. Um dos nomes do crente é "homem de Deus". Isto é: a serviço de Deus (Ap 1:20).
b) "E o Senhor para o corpo" (v.13). Deus não inverte esta ordem. Quando nosso corpo pertence ao Senhor, por nossa escolha, entrega, amor e gratidão, Ele habita nesse mesmo corpo, e usa-o como lhe apraz. Ler 2Co 6:16; 1Jo 4:13.
O Futuro do Nosso Corpo
Uma das razões porque o crente precisa manter o seu corpo em santificação é que esse corpo, por ocasião da vinda de Jesus, ressurgirá em glória pelo poder de Deus, e para sempre vivera no ceu, como instrumento do Espirito Santo nas eras futuras reservadas aos salvos.
O Filho de Deus, para tornar-se o nosso Redentor, tomou um corpo semelhante ao nosso, exceto quanto ao pecado. O nosso corpo não se destina somente as coisas e propositos desta vida natural. O corpo do crente deve ser um vaso para o serviço de Deus, um tabernáculo para o Espirito Santo habitar, e um meio de manifestar ao mundo a vida de Cristo (2Co 4:10).
A Preservação do Nosso Corpo (vv. 15-18)
1)A importancia do conhecimento e da obediência.
"não sabeis?" (v.15). Esta pergunta deixa claro que os crentes de Corinto haviam sido instruidos por Paulo sobre o assunto. Isso ocorreu nos 18 meses em que o apóstolo doutrinou a igreja (At 18:11).
Esta mesma pergunta é repetida nos vv.2,3,9,16,19. A repetição é sintomática; denota que a saude espiritual dos corintios não era boa. Ela tambem é uma repreensão pastoral. Quem erra por ignorancia, pode apresentar isso como desculpa, mas quem desobedece sabendo e conhecendo, não tem o que alegar diante de ninguem.
Não basta conhecer a verdade acerca do Senhor; é preciso obedece-la conhecer implica em responsabilidade. Precisamos conhecer e submeter-nos a essa verdade para que ela oriente com precisão o nosso andar e os nossos atos.
2) A sacralidade do nosso corpo (v.15)
"Membros de Cristo". Esta é uma grande revelação divina que só podemos abraçar pela fé. Ela nos mostra que a esfera do espiritual é tão real como a do fisico.
A união que ocorre entre um homem e uma mulher, num ato de prostituição, vai além da esfera natural: ela envolve tambem a parte espiritual (vv.15,16). Por isso Deus ordena em Isaias 52:11: devem purificar-se "os que levais os vassos do Senhor". E "vasso do Senhor" é um dos titulos dos salvos (1Tm 2:21).
3) A prática sexual pecaminosa (v.18). "Fugi da prostituição". Este termo, no original, refere-se a pecados do sexo em geral. Deus nos conhece mais e melhor do que nós mesmos, por isso a sua ordem é: "fugi" da tentação sexual, da permissividade. A prostituição é uma das principais armas de Satanás para perverter os planos de Deus nestes últimos dias. "E como foi nos dias de Ló, assim sera nos dias do filho do homem" (Lc 17:28-30). O Senhor se referia a Sodoma e Gomorra. O verdadeiro crente não é dono do seu corpo; dono é o Senhor. Somos apenas administradores.
a) A fuga da tentação sexual. Fugir, aqui, não é sinal de covardia. Nesse tipo de perigo, Deus guarda o cristão na fuga; não no confronto; mesmo que essa fuga represente perda. Haja vista o caso de José, filho de Jacó. Ele fugiu para evitar o mal; embora perdesse a capa, livrou a sua alma do inferno.
O videos pornôs, os filmes eróticos, as revistas pornográficas, os trajes indecentes etc., formentam e propiciam toda sorte de tentação a prática sexual ilicita.
b) As pequenas tentações. É preciso vigiar e tomar cuidado com elas. A mesma Palavra que diz "fugi da prostituição" tambem recomenda "foge dos desejos da mocidade" (2Tm 2:22). É necessario, pelo ministerio do Espirito, neutralizar essas pequenas tentações que levam aos diversos atos pecaminosos.
A Posse do Nosso Corpo (vv.19,20).
1) "não sois de vós mesmos" (v.19).
Se fomos comprados pelo precioso sangue de Cristo, agora pertencemos aquEle que nos comprou. Não temos mais direito de fazer o que queremos. Agora, pertencemos a Jesus, pois Ele nos redimiu da escravidão do pecado. Somos de Cristo, apenas de Cristo.
2) "Corpo e espirito" (v.20).
O homem é constituido de duas substancias: uma material, o corpo; e outra imaterial, constituida de alma e espirito. Quase sempre somente o espirito é mencionado, por ser este o elemento principal dos dois (Jo 6:63). E, assim, tanto a nossa substancia material como a imaterial tem de pertencer integralmente ao Senhor.
Conclusão
Todos os tipos de pecados podem ser vencidos pelo cristão. Mas é preciso confrontá-los como nos ensina a Palavra de Deus. Quanto a fornicação e aos seus congeneres, a Palavra é bem clara: "Foge!" Parece que a mais potente arma de Satanás contra a humanidade, nestes últimos dias, é a imoralidade sexual com toda sua rede de pecados. E o pior é que tais pecados estão sendo aceitos e tolerados pela sociedade e ate mesmo por certas igrejas.
A biblia adverte que o diabo "tenta todo mundo". Isto é: ele tem uma forma de tentação para cada tipo de pessoa. Deus guarda o crente do pecado, mas não no pecado. Então, o crente deve cooperar com Deus. Deve evitar pessoas comprometedoras bem como locais, ocasioes, pensamentos, situações, leituras, atividades e imagens que levem a tentação e ao pecado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 04)

A Disciplina Biblica na Igreja
Além dos males do partidarismo na igreja de Corinto, havia um outro ainda pior - um caso conhecido e continuado de incesto. Não se tratava de uma casualidade momentânea, mas de algo seguido. Como se isso não bastasse, os demais membros daquela igreja jactavam-se de estarem tolerando um testemunho tão mau.
A atitude do apóstolo Paulo para corrigir o problema daquela congregação comunica-nos uma lição duradoura acerca da disciplina biblica na igreja local.
A Biblia e a Disciplina na Igreja
No âmbito da revelação divina e da vida cristã, a disciplina é um assunto altamente positivo. Deus disciplina os seus para fazer destes, discipulos ainda melhores. E, para tanto, a partir da sua Palavra, utiliza-se de varios meios. É de disciplina que vem a palavra discipulos.
1) Os primórdios da disciplina biblica.
A primeira idéia clara de disciplina esta em Exodo 12:15,19,20. Nessa passagem. Deus ordenou que os israelitas retirassem todo e qualquer fermento de suas casas. O fermento, na biblia, simboliza o pecado: age secreta e invisivelmente na vida do povo de Deus.
Uma outra noção clara de disciplina acha-se em Números 5:1-4. Aqui esta prescrito que todos os leprosos e imundos fossem mantidos fora do arraial. Isso nada tem a ver com discriminação. Em Deuteronômio, aparece nove vezes a prescrição disciplinar: "Tirarás o mal do meio de ti". Esta mesma mensagem aparece no v.13 desta lição: "Tirai dentre vós a esse iniquo".
2) A necessidade da disciplina biblica (v.6b).
O pecado é um agente causal espiritual que, além do seu contagio, conduz a morte espiritual. Pode ser individual ou coletivo (Lv 4:13; Rm 6:23; Tg 1:15; Ef 2:1).
3) A finalidade da disciplina biblica.
a) Dar testemunho da santidade da Igreja (1Co 3:16,17).
b) Levar o transgressor a corrigir-se. Israel, na sua obstinação, ignorou a disciplina do Senhor, e deuse mal (Jr 7:28). Hoje, há igrejas que já aboliram a disciplina biblica e amorosa, argumentando que ela não é biblica. E, assim, prejudicam a feição caracteristica da igreja - a de ser separada para Deus e para o seu uso.
c) Dar testemunho da santidade de Deus e servir de exemplo perante o mundo.
4) A atitude de Jesus referente a disciplina.
Em João 8, o Senhor Jesus usou de misericórdia para com a mulher flagrada em adultério, mas recomendou-lhe: "Vai, e não peques mais". Em Mateus 18:15-22, Ele nos deixa um profundo ensino sobre a disciplina cristã.
5) Formas de disciplina na Igreja.
Quando um crente peca, e continua em seu pecado, quer ele saiba ou não, esta afetando toda a congregação a qual pertence. Afinal, a Igreja de Cristo é comparada na biblia a um corpo, e quando um de seus membros é afetado todo o corpo sente (1Co 12:12-27).
a) a disciplina preventiva. Destina-se a evitar que os males surjam no meio do povo (1Jo 2:1; 1Co 6:12; 10:23; 1Co 10:32).
b) a disciplina corretiva. Enquanto a disciplina preventiva é branda e suave, a disciplina corretiva costuma ser doplorosa. São muitos os recursos da disciplina corretiva. O caso de Corinto é um exemplo. Infelizmente, em certas igrejas, a disciplina corretiva é aplicada sem amor e temor de DEus.
A Igreja e a Disciplina
1) segundo as Escrituras.
A Igreja, em casos de disciplina, vem na terceira instancia. A primeira consiste em dois "irmãos" que precisam se concertar; a segunda, são dois "irmãos" mais uma ou duas testemunhas; a terceira é a congregação reunida (Mt 18:15-17; 1Co 6:3,4).
2) o pecado que afetou a igreja de Corinto era de comissão.
Por parte daquele crente, mas tornou-se tambem de omissão, por parte de sua igreja, por não ter a congregação cuidado de sua imediata disciplina.
3) cada crente, individualmente, e a igreja, como um todo, devem estar sempre dispostos a perdoar uns aos outros.
Uma vez havendo reconhecimento, quebrantamento de espirito, confissão, pedido de perdão e abandono do pecado. Foi assim que Cristo nos ensinou (Mt 6:12-15) e agiu em relação a nós (Cl 3:13). A oração ajuda o crente a perdoar (Mc 11:25).
O Descanso com o Pecado na Igreja (v.2).
Na lição em estudo, o transgressor prosseguiu na igreja como se nada tivesse acontecido. A congregação, por sua vez, ignorou o assunto. Tratava-se de um pecado hediondo. Um membro da igreja estava vivendo com sua madrasta, conjugalmente, como se fossem marido e mulher. A lei de Deus condenava tais práticas (Lv cap. 18; Dt caps. 22; 27; 30). No Sermão da Montanha, Jesus confirmou esses ensinos (Mt 5:17,18). Por sua vez, a lei civil romana tambem condenava esses repulsivo pecado.
Era preciso restaurar o irmão transgressor, e ao mesmo tempo cporrigir a atitude repreensivel da igreja.
O que teria levado aquele crente de Corinto a cometer um pecado tão torpe e, nele, continuar abertamente? Talvez sua consciencia estivesse "cauterizada", como esta escrito em 1Tm 4:2. Um crente de consciencia cauterizada pode agir pior que um incredulo.
Outros Ensinos Úteis a Igreja de Nossos Dias
1) Tres coisas, a principio, se conclui do texto biblico de nossa lição.
a) O terrivel pecado de comissão daquele cristão de Corinto: "Quem abusa da mulher de seu pai". Um pecado abominavel de pervesão sexual.
b) O escandalo publico daquele pecado continuado, sem disciplina da igreja. "Geralmente se ouve que há entre vós".
c) Que a espiritualidade de uma igreja não é garantia contra incursões do pecado na vida dos crentes. Corinto era uma igreja onde operavam em profusão os dons espirituais, mas isso não isentou os crentes de problemas e males.
2) Crentes divididos e orgulhosos como os de Corinto (caps. 3).
Ficam enfraquecidos e tornam-se presa facil do inimigo.
3) Paulo estava ausente, mas é como se estivesse presente por meio de sua epistola.
É a unidade cristã de que fala Efésios 4:2-6, e nada tem a ver com o ensino dos ocultistas. Ver tambem o v.4.
4) "Para destruição da carne" (v.5).
No original, esta expressão não tem o sentido de aniquilar, mas de arruinar. Certamente um tipo de enfermidade maligna tendo como objetivo a salvação do espirito. Um caso parecido temos em 1Tm 1:20. Escola terrivel essa! Que o Senhor nos guarde.
5) O "Fermento" na massa espiritual da Igreja (vv.6-8).
Diz o adágio: "Um soldado inimigo dentro do nosso acampamento é pior do que mil do lado de fora".
6) O crente não deve comungar com incredulos (vv 9-12).
No v.11, "comer" não é apenas deglutir o alimento, mas tambem entrar em acordo, aprovar e comungar. "Já por carta vos escrevi. "Paulo já os tinha advertido antes. Essa carta não chegou ate nós.
7) Aqui aprendemos que uma congregação do Senhor Jesus Cristo (v.13).
a) Não deve sancionar conduta imoral de ninguém;
b) Deve manter a pureza doEvangelho. Ver Mt 13:47-49;
c) Q na igreja o viver do crente deve ser bem diferente do viver do incredulo;
d) Que a igreja como corpo local tem o direito de disciplinar os membros faltosos.
Conclusão
A disciplina na Igreja é biblica, contanto que seja administrada no amor de Deus, segundo a doutrina do Senhor, visando sempre a restauração do crente em pecado ou desviado. No caso de Corinto, não era só aquele crente que estava ruim diante de Deus; a igreja tambem o estava. Uma igreja precisa pensar nisso na hora de disciplinar os seus membros. Um crente, ou uma igreja, que tem prazer em excluir os faltosos, estão distanciados do espirito de Cristo, pois "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele" (Jo 3:17; 6:39).

sexta-feira, 13 de maio de 2011

IMW em Venda Nova / Belo Horizonte - MG


Estudo Ministrado na Escola Bíblica Dominical na IMW em Venda Nova / Belo Horizonte – MG
24/10/2010
Pastor Titular: PR. Murilo Junior
Ministrante: PR. Leopoldo


A Igreja e a Palavra III
"O seu falar é muitissimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém". (Ct 5:10)
Objetivo Geral:
Mostrar a relação da Igreja, enquanto Noiva de Cristo, com a Palavra, enquanto a voz de Cristo, que lhe fala ao coração, como instrumento pelo qual ambos demonstram o amor que nutrem um pelo outro.
Comentário:
De muitos ângulos se pode olhar para as Escrituras em seu valor para a vida da Igreja, sem que se esgote toda a riqueza de seus ensinamentos, ou todas as verdades que ela encerra sob esse aspecto.
Nesta lição, o ângulo pelo qual observaremos a relação da Igreja com a Palavra de Deus é retratato na figura da Igreja como Noiva, e da Palavra como o elo do amor que a une a Jesus Cristo, o Seu Amado. Firmados na convicção de que a relação da Igreja com a Biblia é uma relação vitalicia e indissociável, esforçamo-nos para que este vinculo seja plenamente compreendido, a fim de que nosso amor pela Palavra de nosso Deus aumente mais e mais, visto que é por ela que a voz do nosso amado fala ao nosso coração.
1. A Igreja como esposa do Cordeiro
A figura da noiva ou da esposa é tomada pelos escritores do Novo Testamento para ilustrar a relação entre a Igreja e Jesus Cristo (Ap 19:7; 2Co 11:2; Ef 5:25). Em algumas ocasiões, nos evangelhos, a união dos homens a Deus pela aceitação da mensagem anunciada pelo Filho de Deus é descrita em termos de uma festa nupcial (Mt 22:2,3; 25:10). Vale ressaltar que é nas relações da experiência humana que podemos conhecer as relações que Deus estabelece conosco. Mas o uso desta linguagem não é uma prerrogativa neotestamentaria; pelo contrario, ele remonta ao Velho Testamento, onde os profetas e salmistas de Israel tambem descrevem a relação de Israel com o Senhor de igual forma.
No VT, o nome de "esposo" é assumido por Deus mediante o qual Ele exprime o seu amor pelo seu povo (Is 54:5). A aliança mosaica é definida em termos de um casamento, onde a introdução de outros deuses na adoração de Israel assumiu carater de prostituição e adulterio espiritual na linguagem profetica (Os 1:2; 2:5,7-13,16; 3:1). O tema de uma aliança sob a ótica de um enlace matrimonial é retomado por Isaias (54:5; 62:5), e por Jeremias (2:1), onde o amor de Deus é claramente revelado (31:3), e a quebra da aliança tambem é denunciada como infidelidade conjugal (3:1,6-10). Ora, a relação da aliança entre Israel e o Senhor foi desprezada quando houve um desprezo a Palavra de Deus - 2Cr 36:16; Is 30:9; Os 4:6; Am 2:4; Zc 7:12.
É, portanto, sob essa perspectiva de uma união conjugal entre Deus e seu povo que o Livro de Cantares deve ser lido, uma vez que nele a força do amor que é cantado só encontra seu paralelo no zelo ciumento de Javé (Ct 8:6; Dt 4:24).
Se a aliança entre Deus e Israel prefigura a relação de aliança entre Cristo e Sua Igreja, temos então estabelecido o lugar da Palavra dentro desta relação. E é em Cantares que a relação da Igreja com a Palavra, enquanto demonstração de sua relação com o Esposo sera percebida como uma relação de intimidade.
2. A Palavra de Cristo para a Igreja enquanto sua noiva
Reconhecendo a incapacidade do povo de guardar a lei do Senhor, pela corruptibilidade de sua natureza (Jr 17:9; 13:23), o profeta Jeremias vaticinou não apenas a ruptura da velha aliança por parte do povo, como o estabelecimento de uma nova aliança por parte do Senhor, aliança esta que se caracterizaria principalmente, pela presença da lei dentro do coração humano (Jr 31:31-34). Assim, pela lei Divina fazendo parte da propria natureza humana, o vinculo seria restaurado, e o amor poderia ser expressado, bem como o casamento poderia permanecer para sempre, segundo a vontade Daquele que o instituiu.
Como Mediador desta aliança, Jesus concretiza este ideal divino por meio de sua morte vicaria, selando com seu proprio sangue esta união entre Deus e os homens, que agora, unidos a Ele, constituem-se sua Igreja, sua noiva (Lc 22:20; Hb 8:6; 9:15). A consumação desta união é descrita no Apocalipse como a celebração das Bodas do Cordeiro - Ap 19:7.
Se no VT, o elo da aliança era a Palavra de Deus, e dentro deste molde o NT tambem se estende, logo, o que precisamos agora, enquanto Igreja, a Noiva do Cordeiro, é entender esta relação que se estabelece entre nós e a Palavra, ou a Escritura que revela o Cordeiro (Jo 5:39).
2.1 - É pela Palavra que o Noivo fala ao coração de sua Noiva
Notemos que em Cantares a voz do amado é, para a noiva, não apenas um motivo de jubilo, como tambem uma voz irresistivel, que transmite ao seu coração toda a graça que nele reside (Ct 2:8,10,11). Anelando por ouvi-lo, ela o busca incansavelmente (Ct 3:1-4), porque quando ele fala, ela é atraida a sua presença como totalmente desejavel por ele (Ct 2:10,14), e descrita como totalmente aprazivel diante dele (4:1-15). Por isso sua alma derrete-se quando ele fala, e para ela, o seu falar é muitissimo suave (Ct 5:6,16). Esse aspecto confortante e irresistivel da graça de Cristo revelada em Sua Palavra é levemente percebido no livro de Rute, no encontro onde aquela pobre moabita sente-se confortada pelas palavras que o redentor lhe dirige, atraindo o seu coração a ponto de fazer brotar nela o desejo de ser desposada por ele (Rt 2:13; 3:7-11). Quando Israel se distanciou de Deus, cometendo adulterio espiritual com os idolos, o Senhor anunciou que a levaria ao deserto, e tornaria a atrai-la a si, falando ao seu coração (Os 2:11). Era no coração, desde o começo, o povo de Deus deveria colocar a Palavras de Deus (Dt 6:6; 11:18). Esse prazer promovido pela Lei do Senhor dentro do coração humano é descrito na experiência de muitos santos tanto do VT quanto do NT - Sl 19:8; Sl 119:47, 72,97,140; Jr 15:16; Rm 7:22.
2.2 - É pela palavra que o Noivo santifica a Noiva, promovendo vestes dignas para que ela se apresente diante dele
Sem duvida, toda noiva prepara-se para o encontro com o noivo. No VT, esse preparo incorporava não apenas um tempo de purificação a base de óleo de mirra e especiarias (Et 2:2), como tambem a festa de casamento exigia vestes adequadas, tanto mais fosse a coroação da noiva como rainha! (Sl 45:9,13,14). A relação da Palavra com a santificação é descrita em varias passagens biblicas (Jo 17:17; 2Ts 2:13; Sl 119:9; 1Pe 1:22; Jo 15:3), bem como a santificação é apresentada como requisito primordial para que se entre na presença de Deus (Hb 12:14). Jesus é descrito como Aquele que se entregou pela igreja, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra, a fim de apresenta-la a Si mesmo, como igreja gloriosa, sem ruga nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensivel (Ef 5:2-27). Por isso mesmo e que, quando sua Noiva fica pronta, sua veste e descrita como sendo de linho fino, puro e resplandecente, que lhe foi dada (Ap 19:7,8). Pelo fato da igreja de Laodiceia estar despida, foi que o Senhor a aconselhou que buscasse Dele vestes brancas, para que se vestisse (Ap 3:18).
2.3 - É Pela palavra que o Noivo compartilha sua sabedoria com a Noiva, para que ela, juntamente com Ele, assuma o governo assentada em seu trono
Considerando que a sabedoria era a prerrogativa dos reis para um governo eficaz (Pv 8:15,16), é justo que Aquele em quem estão escondidos todos os tesouros da Sabedoria e da ciência de Deus (Cl 2:3) queria dar de Si mesmo aquela que, sendo uma só com Ele, assentar-se-a como rainha no seu trono, para reinar sobre a terra - Ap 3:21. O salmista já havia afirmado esse poder da Escritura no expandimento da mente humana, vitalizando suas faculdades mentais, ao declarar que a revelação da Palavra da luz, traz esclarecimento aos simplices (Sl 119:130), e ainda: Tenho mais entendimento que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos (Sl 119:99).
2.4 - É pela palavra que o Noivo manifesta a sua fidelidade a sua Noiva, mostrando-se digno da sua confiança
A fidelidade é uma dimensão da verdade, visto que é a demonstração da verdade no tempo, no cumprimento da Palavra empenhada. Por isso, Deus, como Aquele que não pode mentir (Nm 23:190, arroga volar sobre a Sua Palavra (Jr 1:12). Porque Deus cumprirá a Palavra por Ele falada (Ez 12:25), a Igreja, como noiva do Cordeiro, pode depositar plena confiança naquilo que Ele fala, e pela fé, caminhar em direção ao Seu Amado, tal qual fez Rebeca ao ouvir o testemunho sobre o filho de Abraão, levado pelo seu servo, deixando a humilde posição de pastora para assumir toda a herança e promessas feitas a Isaac (Gn 24). Nosso noivo vira para nos buscar ao lugar que Ele mesmo foi preparar para nós (Jo 14:1,2).
2.5 - É pela submissão a palavra que a Noiva demonstra seu amor pelo Noivo
Submissão da esposa ao esposo é o que estabelece a Palavra de Deus (Ef 5:22,23), visto ser ele o cabeça da mulher. Ora, se Cristo é o Cabeça da Igreja (Ef 5:23,24; Ef 1:22,23), espera-se que o seu amor a Ele seja demonstrado pelo amor a sua Palavra (Jo 14:24), e isto seja revelado em sua obediencia, uma vez que esta é a mais alta expressão do amor (1Jo 5:3).
Conclusão
O casamento, visto sob a ótica divina, é um ajuntamento, uma união indissoluvel entre pessoas que descobrem afinidades entre si. Por isso, essa é uma das mais ricas figuras biblicas que Deus toma para ilustrar nossa relação com o Senhor Jesus Cristo, enquanto Igreja, Noiva do Cordeiro. E o elo que nos mantem vinculados um ao outro é a Palavra, sem duvida. A Palavra de Deus soou em nossos ouvidos, e encantou o nosso coração com a mensagem de Sua graça, que nos atraiu ao seu encontro. E por esta Palavra o nosso noivo santifica as nossas vestes, preparando-nos para a festa nupcial, mantem a nossa confiança firme, cumprindo suas promessas, compartilha sua sabedoria conosco, a fim de nos habilitar para o exercicio do governo, e espera de nós que, em nome do amor que afirmamos sentir por Ele, obedeçamos aos seus mandamentos.
Aplicaçaõ Prática
1. O amor de Deus por nós é descrito como um amor ciumento, ou seja, Deus não aceita dividir nossa devoção com o mundo (Tg 4:4,5). Portanto, não permita que nada se interponha entre voce e DEus, impedindo-o de uma comunhão plena com o Senhor.
2. Expresse a Deus seu amor pela sua Palavra. Tome tempo em adorar ao Senhor mediante o estudo e a contemplação de sua verdade. Lembre-se que é a voz do seu amado que quer encontrar eco em seu coração.
Fixação de Aprendizagem
1. Evidencie por meio de referencias biblicas, presentes no AT e no NT, a Igreja figurada como Noiva do Cordeiro
2. Apresente a relação existente entre a Igreja, Noiva do Cordeiro, com a Palavra (Escritura) que revela o Cordeiro

quarta-feira, 11 de maio de 2011

1º e 2º Corintios (Parte 03)

O Obreiro do Senhor
Em 1Corintios 3:9, a Biblia diz dos obreiros: "Nós somos cooperadores de Deus", Em geral se pensa que o cooperador no trabalho do Senhor seja um obreiro iniciante, ou um mero auxiliar, mas aqui trata-se de um obreiro habituado na Seara do Mestre, dando o naximo de si, com todo esforço, juntamente com os demais, para levar avante o trabalho de Cristo. No mesmo versiculo, a Biblia diz do rebanho do Senhor: "Vós sois lavoura de Deus". Agora a cena muda: em vez do obreiro, aparece a Seara do Senhor, na qual o obreiro se ocupa.
Obreiros bem e obreiros vão, mas a Igreja do Senhor permanece, por que ela é obra de Deus e não de homem. Dela disse Jesus: "A minha Igreja". Desta expressão do Senhor, conclui-se que há outras aglomerações que levam o nome de Igreja, mas que não são a sua Igreja.
A Diversidade de Ministérios (1Co 4:1,2)
Os obreiros que trabalhavam na igreja de Corinto ilustram, em parte, os varios tipos de ministerio que Deus pôs na sua Igreja, como esta escrito em 1Co 12:28,29.
1) "Ministros de Cristo" (v.1).
"Ministros", aqui, não é um termo geral para significar obreiros do Evangelho. Literalmente, o termo refere-se a um serviçal muito humilde, cujo trabalho, naqueles tempos, era muito pesado. Deus usa esses termo para realçar:
a) a humildade que deve assinalar todos os obreiros do Senhor;
b) a responsabilidade confiada por Deus ao obreiro, na execução da sua obra.
A idéia aqui é o volume de trabalho.
2) "Despenseiro dos mistérios de Deus" (1Co 4:1,2).
A idéia, aqui, é mais de qualidade no trabalho que se faz para Deus. O termo despenseiro, neste versiculo, alude a um administrador que, a serviço de seu Senhor, cuida de sua casa, negócios, recursos, propriedades e pessoal. A tarefa desse despenseiro não era tanto manual (como a do caso anterior), mas principalmente mental. Deus tambem capacita obreiros para tais ministerios. Ver 1Co 12:28b "governos", e Rm 12:8 "o que preside".
Há igreja que possuem obreiros-administradores em excesso, mas poucos pastores para cuidar das ovelhas. Embora não constituem toda a obra de Deus, as ovelhas são a sua principal parte, porque são dotadas de almas viventes com um destino eterno. Em 1Ts 5:12, a biblia fala de obreiros "que trabalham entre vós", e tambem de obreiros "que presidem sobre vós no Senhor".
Obreiro e os misterios de Deus (v.1). Conforme vemos em 1Co 2:7, "ministerios", neste contexto, são as verdades e doutrinas biblicas da redenção, e da Igreja do Senhor, reveladas por Jesus nos evangelhos, e pelo Espirito Santo através das epistolas do Novo Testamento.
Obreiro e sua fidelidade ao Senhor (v.2). O despenseiro a que se refere o texto biblico não era dono daquilo que cuidava e administrava, assim como o obreiro não é dono da obra que dirige, pois esta pertence ao Senhor.
3) Os obreiros que trabalhavam em Corinto.
Esses obreiros, bem como o seu trabalho, estão registrados na biblia para o nosso ensino concernente a Igreja, ao seu ministerio e ao seu trabalho.
a) Paulo, o fundador da igreja local (1Co 3:6a, 10). Como missionario, ele fundou a igreja em Corinto (At 18:1). Ai, permaneceu 18 meses, dedicando-se ao ensino doutrinário daquela novel igreja (At 18:11). A lição que temos aqui é a do obreiro que cuida, com absoluta prioridade, do ensino da Palavra de Deus na igreja. Paulo tinha muito o que fazer naquele lugar, mas sabia, pelo Espirito Santo, que o discipulado daqueles novos crentes era fundamental para a consolidação e avanço da obra de Deus.
Se as igrejas e congregações de hoje cuidassem devidamente dos novos convertidos, levando-os, inclusive, a buscar o batismo com o Espirito Santo, teriamos uma igreja muito maior, tanto em quatidade como em qualidade. As igrejas tambem não estão investindo como se deve na preparação de obreiros para "fazer discipulos", conforme ordenou Jesus. Discipulos do Senhor não nascem assim; eles são feitos depois de nascidos. Do nascimento espiritual, Jesus cuida, mas a seguir, vem a missão Igreja, que é a de "fazer discipulos".
b) Apolo (1Co 3:6). Aqui esta dito que Apolo "regou". Esse é um santo ministerio - cuidar das plantinhas na casa do Senhor. Sem isso elas definharão. Ver mais sobre Apolo em At 18:24-28. Comparando-se 1Co 3:6 com At 18:27b, ve-se que Apolo cuidava tambem do discipulado dos novos cristãos.
C0 Timóteo (1Co 4:17). Esse foi outro obreiro que trabalhou em Corinto. Ele aprendera com o grande mestre que foi Paulo, e relembrava os seus ensinos para aquela congregação. Reiterar, repetir e relembrar podem ser aspectos do ministerio de determinado obreiro.
Paulo coloca Timóteoem lugar de honra, mencionando-o nos primeiros versiculos das seguintes epistolas: 2Co, Fl, Cl, 1Ts, 2Ts, e Filemon. Isso revela ate que ponto Timóteo merecia a confiança de Paulo, o apóstolo a quem Deus confiara tão grande obra.
d) Tito (2Co 7:14,15). Este tambem trabalhou em Corinto. Tinha personalidade forte, como se deduz de 2Co 7:15 e Tt 1:5. Ele muito colaborou no levantamento de fundos para a assistencia social daquela época, na igreja (2Co 8:6). Talvez por ser um obreiro enérgico, ele foi para Dalmácia (2Tm 4:10). Apesar de os dálmatas serem de dificil diálogo, Tito certamente soube lidar com eles.
e) Silas (2Co 1:19). Trata-se do mesmo obreiro chamado Silvano noutras referencias. (Silvano é a forma latina de Silas). Era profeta do Senhor. Esses ministerios todos são necessarios na obra de Deus.
A Obra do Ministério
Nenhum obreiro é perfeito, mas tambem nenhuma congregação o é, e muito menos a de Corinto. Os titulos e os atos que a biblia registra com referencia aos obreiros das duas Epistolas aos Corintios, npos ensinam muito sobre o ministerio evangélico.
1) "Cooperadores de Deus" (1Co 3:9).
O obreiro é descrito aqui como um auxiliar de DEus, trabalhando com Ele como bem o diz o termo original. Então, o obreiro que trabalha com Deus deve ser um constante aprendiz dEle.
2) "Ministros de Deus" (2Co 6:4).
Aqui, o termo original para ministro é o mesmo para diácono como em Fp 1:1. O obreiro chamado por Deus é um assistente e servidor dEle; um diácono de Deus. É um altissimo privilégio e uma grande responsabilidade.
3) "Embaixadores das Igrejas" (2Co 8:23).
Este termo, na biblia, significa literalmente alguem enviado como representante em missão de serviço. O obreiro do Senhor representa sua igreja por onde vai. Cada obreiro deve considerar esta grande responsabilidade. O embaixador representa o seu povo e o seu pais. Assim faz o obreiro, espiritualmente. Em 2Co 5:20, o termo no original do Novo Testamento não é o mesmo de 2Co 8:23, e tem a ver com a maturidade e experiencia do obreiro.
A Realização do Obreiro
A realização plena do obreiro tera lugar no dia da glorificação da Igreja, na presença do Senhor, mas, já aqui, há uma certa realização como veremos a seguir.
1) O crescimento da obra de Deus.
Ver 2Co 7:4, onde Paulo expressa o seu regozijo, sua felicidade ante o progresso da igreja de Corinto.
2) O testemunho da Igreja em favor do obreiro (2Co 3:1-3).
Isto para o obreiro é uma grande realização em sua vida e ministerio. Infelizmente, muitas igrejas não podem assim proceder por causa dos maus obreiros.
3) O contentamento do obreiro em relação a igreja (1Co 1:4).
A igreja, não como um campo de trabalho em si, mas como congregação e assembléia de crentes em torno de seu pastor.
4) O galardão futuro do obreiro (1Co 3:14).
Esse galardão futuro do Senhor constitui-se tambem em sua aprovação quanto ao trabalho executado pelo obreiro. Ver Mt 20:1, 8; 25:19,21,23; 2Tm 4:7,8.
Conclusão
Os frutos do trabalho do servo do Senhor não surgem de um dia para outro. Em Mc 4:28,29, Jesus disse: "Primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra (...)". Às vezes, o obreiro se impacienta com a lentidão do crescimento, mas o crescimento desordenado não é normal, pois os seus frutos são enganosos. Bonitos na aparencia, mas carentes na realidade. O Senhor Jesus ainda disse: "Pelos frutos os conhecereis"