sexta-feira, 20 de abril de 2012

Restaurando a Identidade Metodista - parte 1




Ao longo da história, percebo que acostumamos a confundir o verdadeiro significado da procedência do nome “metodista”, dando ênfase tão somente a uma característica. Aprendemos que tal nomenclatura nasceu inicialmente para diferenciar um grupo de jovens extremamente organizados, sistemáticos, e, porque não dizer metódico. Só que essa ênfase não expressa o fato, na integra, a prática desenvolvida pelo grupo. Além dessa aparência parcial, que é a menos importante, há outra identidade muito mais relevante, robusta e significativa. Não há absolutamente sequer sombra de desconfianças a respeito do papel da disciplina e do método, mas chamo a reflexão que este não é cerne, não é o elemento essencial responsável pelo desenvolvimento do “povo chamado metodista”.

Desde o inicio, a grande virtude sempre foi ter um alvo muito preciso a ser alcançado. Havia método, mas voltado para o propósito especifico de abençoar as pessoas. Havia disciplina, mas direcionada, para um fazer, para uma atividade nobre e generosa. A formalidade tornou-se relevante e necessária na medida em que conseguiu emprestar maior qualidade e eficiência ao grande objetivo de abençoar. Apresentamos três aspectos que muito contribuem para a base da identidade Metodista Wesleyana.
1-      Ao lermos os sermões de Wesley, podemos observar que o termo “santificação” nos é apresentado em dois sentidos básicos: o primeiro entende a santificação como uma posição, estado ou relação e é traduzido por “separação”, “corte”, “consagração para uso exclusivo”. Era santificado tudo o que era separado do comum ou secular, para uso sagrado.

O segundo significado diz repeito à condição, estado ou processo que leva uma transformação interna e que resulta em pureza, retidão, moral e pensamentos santos expressados por meio de uma vida de piedade e de bondade, em relação a Deus e ao próximo. Assim, a santificação tem como aspecto principal o amor. Também significa ter a mente de Cristo, a mente de abnegação e de esvaziamento, todo em beneficio de outrem. Também inclui pureza de coração, que é essencial à salvação final. Por isso, Paulo afirma que Cristo santifica sua igreja ao lhe dar sua palavra de verdade amor e libertação.

Para Wesley, a Santificação e Perfeição Cristã, “são dois nomes para definir a mesma coisa. Não há perfeição na terra. O ser humano tem sempre necessidade de crescer em graça e avançar diariamente no conhecimento e no amor de Deus”. (Sermões de Wesley, vol. 2 pág. 286).

Não existe, nesta vida, uma perfeição tal que implique na dispensa da obediência dos mandamentos de Deus e da prática do bem a todos os serem humanos, enquanto há tempo. Enquanto vivermos estaremos sujeitos à ignorância e ao erro nas coisas não essências à salvação, bem como às tentações e fraquezas próprias de nosso corpo corruptível. Para Wesley, entende-se por uma pessoa que alcançou santificação ou perfeição Cristã “aquele em quem existe a mente de Cristo e que anda como Cristo andou; aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que foi lavado de todas as impurezas, que não é motivo de tropeço para os outros”. É aquele sobre quem o pecado não tem mais domínio. Em 1ª Jo. 5.18 lemos: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.
A santificação se revela através da vida da pessoa que pode afirmar: “estou crucificado com Cristo, já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim”. Esta pessoa ama a Deus e o serve com alegria; ama seu próximo como a si mesmo. E isto se expressa por sua misericórdia, bondade, mansidão, tolerância, bem como na prática das obras da fé e amor. Tudo quanto faz é em nome, no amor e no poder de Cristo.

Voltar as origens é também um retorno a vida de santidade. Santidade que nos aproxima de Deus e foi um dos pilares bíblicos ensinados pelos nossos pais na fé. “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para sua maneira de viver”.(Hb 13.7). Buscar a santidade de Deus é uma ação diária. Não uma teoria teológica (Hb.12.14). Viver em santidade é viver separado para Deus, é permanecer num estado de consagração. Aos olhos do mundo tudo é normal e comum, mas na ótica da igreja não! Ela deve ser coluna de moralidade.
Revista Explicando as Escrituras
Jovens e Adultos 2011 - Lição 10
Igreja Metodista Wesleyana
Tema: Dons e Ministérios
Publicação CPIMW
Comentarista: Rev. Renato Alves Neves
Adaptação para o blog: Asp. Pr. Luiz Guilherme

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dias sombrios


Vivemos dias sombrios... Dias de trevas densas e perigosas. É realmente assustador aquilo que se vê nos dias de hoje; quando muitos, em nome de uma estranha liberdade, divulgam conceitos e defendem costumes que - no mínimo - ofendem e constrangem as pessoas de bem. E o pior é que - em meio as sombras - os conceitos de liberdade e de libertinagem se misturam e se confundem... Tanto em sua interpretação como em sua aplicação. E assim, surgem aqueles que se comportam como se a liberdade nos desse o direito de dizer e fazer qualquer coisa. É de arrepiar!
E não há como prever até onde conseguiremos chegar, se este estado de coisas continuar perdurando. E, em dias tão angustiantes, as redes sociais; especialmente as emissoras de TV - exceção feita aos canais verdadeiramente evangélicos - protagonizam e promovem uma imaginária peça que poderia ser chamada de "decadência e fim de babilônia". E deste modo, no teatro da vida real, tentam em vão camuflar - sob edredons em movimento e em meio ao brilho da purpurina e das lantejoulas - cenas que nos remetem aos dias de Sodoma e Gomorra; e... De Babilônia. É de se lamentar!

Todavia, esta ineficaz tentativa de disfarçar as entranhas apodrecidas de todo tipo de depravação produzida no imaginário libertino, que vai desde as cenas de sexo, torpeza e traições; até cenas de beijo na boca entre crianças - incluindo a louca obsessão por profanação do sagrado - não consegue evitar o seu mau cheiro. E sua camuflagem não consegue esconder sua intenção de desconstruir valores que forjaram e desenvolveram a civilização cristã ao longo dos séculos; tais como: Os valores da fé, da moral e dos bons costumes; e, da família tradicional. Isso é preocupante!

Mas, a vida continua! E, com ela, os verdadeiros valores - pelos quais vale a pena viver, sofrer e até morrer - continuarão caminhando, no corredor do tempo... Assim como os desvalores que os libertários (ou libertinos?) de plantão tentam à ela incorporar. Todavia, santos e profanos - mesmo caminhando juntos - serão remetidos a destino diferentes. E isso porque, diante do "Grande Trono Branco" - ante Aquele de Quem não se pode fugir - se saberá finalmente quem-é-quem. O fim vem!
Cordialmente;
Bispo Calegar